sexta-feira, novembro 24, 2006

arte...

E a pós-modernidade é algo estranho...
É um conceito que engloba tudo...
Tudo o que não tem um conceito que explique é chamado pós-moderno.
Faz umas semanas eu fui ao teatro com uma galerinha (bjo proceis), a peça, de um grupo teatral ituano, era dessas em que não há cenário e cada ator faz uma cena específica, que em algum momento se cruza (ou não) com outra cena de forma curiosa (ou nem tanto - teve uma que uma das personagens cruzou do palco ao fundo da platéia durante a intervenção de outra personagem gritando: Corinthiano não!!!! - alguns quadros antes ele interpretou a piadinha que terminava assim...).
A questão que chamou a atenção foi que apesar de que no programa da peça dizia da intenção do grupo em fazer uma comédia, aquilo suscitou uma discussão ferrenha sobre o que é arte, a modernidade e uma briguinha razoável entre dois do grupo, um que gostou, outro que não gostou.
Da mesma forma, fui semana passada em um sarau, feito por um outro grupo da cidade. Bem mais barroco, o Sarau Ytuano apresentou composições clássicas para piano e voz, com piano e cello, coral etc, com os artistas vestindo roupas (e com vocabulário e expressões) do século XIX. Como não se pode agradar a gregos e troianos, teve gente que achou que faltou integração com a plateia, mas a Clary faz integração com os artistas... (chegou pros atores que interpretavam os anfitriões e agradeceu o convite, perguntou dos filhos - que estavam na corte - uma bagunça a parte). Isso gerou mais uma discussão a respeito do clássico X moderno, mas tendo clássico como definição de algo que não sai de moda.
Isso acaba sendo difícil ponderar, na medida em que não se agrada a gregos e troianos, e cada um acaba dando sua opinião... Justamente o que eu espero que vcs façam nos comentários!

Espaço aberto! =)

domingo, novembro 05, 2006

Sobre a pena de morte

"... da Folha Online - O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e dois de seus colaboradores mais próximos --o ex-presidente do tribunal revolucionário iraquiano, Awad Ahmed al Bandar, e o meio-irmão de Saddam, Burzan Ibrahim, ex-chefe do serviço secreto do país-- foram condenados à forca por crimes de guerra neste domingo pelo Tribunal Superior Penal do Iraque. Eles foram considerados culpados pela morte de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982. "

Uma notícia como essa pode levar a pensar em pelo menos duas coisas diferentes.

A primeira questão é sobre a culpabilidade de um Chefe de Estado no exercício de suas funções, teoricamente agindo sob o interesse do país. Mas essa questão é um assunto bem discutido no Brasil quando da aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, guardadas as devidas proporções na comparação entre a morte de 148 pessoas e o não cumprimento do orçamento do governo.

No entanto, a questão que, pelo menos pra mim, chama a atenção é como um tribunal pode condenar uma pessoa - ou três - à morte, culpadas do crime de tirar a vida de alguém. Não consigo deixar de pensar que, dessa forma, o juíz possa estar comentendo o mesmo crime, devendo, dessa forma, também ser condenado à morte.

Não estou defendendo o ato que levou Saddam Hussein a ser julgado como algo que não seja crime, mas acho um absurdo de bom tamanho a execução de uma pessoa, seja ela quem for e o que tenha feito para merecer isso.

No Iraque, onde os EUA estão tentando impor um conceito ocidental de governo, pode ser que houvesse, antes da ocupação americana, alguma forma parecida com essa de punição de criminosos, mas já que as instituições iraquianas estão sendo deixadas de lado em favor de um conceito ocidental de instituições, porque não adotar um conceito de justiça mais humano?